quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Pornomania ainda


Mas o melhor de tudo isto, é que já vou na quarta notícia do Público em que é reproduzida a "grande e problemática dor de projecção" - ou seja, a imagem que incomodou a labregada policial (já para não falar na permanência da mesma imagem na página web do jornal). Nunca Courbet teve tanta (prositiva!) projecção de que me lembre entre nós e a pergunta que se segue será, inevitavelmente: vamos ter um PSP idiota em todos os sítios onde esteja/ seja lido o Público?

PS - para tentar que o registo fique mais permanente do que do Público, também eu me socorro da ARTÍSTICA imagem.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Pornomania


Aconselhável, em terra mísera de cabeças, essas sim, porno. A beleza das obras de Courbet não raia um milésimo de porno. Mas haja mania, só para que outras manias não ganhem terreno.

Já agora: o Ministério Público não devia arranjar qualquer coisa de jurídico que lesasse seriamente projecções badalhocas? Ah, pois, ... o problema é que não fazia outra coisa!

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Sábio Leitor


No Ípsilon, de 13 de Fevereiro último, um leitor que nos reforça a beleza e o impacto de “Milk”. Em noite de Óscares é já um triunfo que entre nós alguém tenha lido assim.

(…) o filme (…) é realmente uma obra-prima. E tal facto consubstancia-se essencialmente pela razão que, sendo o seu realizador homossexual e sendo o filme tão inevitavelmente “gay”, (…) não deixa o mesmo de provocar a ambivalência necessária à compreensão que um heterossexual pode ter da homossexualidade. Pois o filme é essencialmente sobre homossexualidade. E sobre minorias. E sobre a maioria que uma minoria pode construir. E sobre o nosso medo – dos heterossexuais – dessa minoria que pode ser uma maioria. E é também sobre um homem que soube fazer uma maioria de uma minoria. E sobre as perfídias próprias da política institucionalizada. (…)
Luís Coelho, 28 anos
Fisioterapeuta

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Mudem o nome ao doce... please!


Com isto, podemos perceber a que ponto extraordinário já chegámos!

Quanto aos MEUS problemas de identidade pessoal:


- viver num país que de digno já só tem um “fio [fininho, fininho…] do horizonte”;
- ter mesmo que passar por vários problemas de identidade pessoal para ser uma pessoa como outra qualquer;
- nunca ter percebido como é que a Igreja acha sempre que quem lhe obedece cegamente está protegido dos problemas de identidade pessoal desde que se ajoelhe e reze;
- ouvir demasiado ruído clerical acerca de tudo o que ganhava mais sem esse ruído;
- saber que o Estado em que vivo não desiste de ser motor desse ruído e depois se dá ao luxo de me pedir que vote nos seus representantes;
- a minha homossexualidade, mas só até ao dia em que percebi que a Igreja tinha sido o mais forte adubo para esse (já tão, tão distante) “problema”.


(um outro problema: adorar un doce a que dão nome de fatia do bispo!)

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Pó de arroz, sff!


Depois de vê-lo e ouvi-lo aqui, recomendo-lhe, seu paspalho:
- umas sessões de terapia da fala, que são medonhas a sua voz e sua a prosódia;
- uns copos de tinto de uma abadia qualquer para ver se a bebedeira lhe dá a lucidez de não dizer “unidos daquele modo” (os homossexuais) ou então para dizer que são “unidos daquele modo” quaisquer casais;
- um bocadinho, só um bocadinho de tino para perceber que aquele modo não existe, a não ser na sua boca debilóide;
- que vá ver o mundo e enxergue de vez que muitas vezes o pai e mãe, esses que designa, se fartam de não se complementarem e que se foram tão maravilhosamente complementados quanto diz a gente desconfia e até se chateia com a ideia de ser criado no meio de tanta maravilha;
- um espelhinho, douradinho, bem feminino, para espetar com kilos de pó de arroz nessas trombas hediondas, até que vossa senhoria, sim, pareça “normal” - o que me parece impossível, mas a cosmética sempre tem os seus milagres, mais procurados que os de fátima.

Ou então... vá à merda... ou areje.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Pérolas de SÁBADO


A SÁBADO é o que a gente já sabe. Dei por mim a ler mais uma totalmente estapafúrdia reportagem da edição de 5 de Fevereiro, que dessa reportagem faz capa.
Ficam as “pérolas” que não resisti a registar.

Pérola 1 – o título – “a moda das aventuras sexuais entre mulheres” – moda devia ser a gente já vomitar de nos virem com esta da “moda” e as imprecisões abundam, a meter no “saco das aventuras” muitas outras realidades que não são aventuras porra nenhuma;
Pérola 2 – “o álcool, um dos maiores catalisadores para as primeiras experiências sexuais entre mulheres [pouco sexista, não?] serviu de desculpa para se espicaçarem [notem: “espicaçar” é palavra empregue para dizer que tiveram sexo uma com a outra! Lindo!]”
Pérola 3 – “Maria vê nestes envolvimentos [sexuais com mulheres] uma forma de estimular o segundo casamento, …, desde que ele [o marido] assista, é claro” – já faltava a estimulação, não do casamento, nem dela mesma, mas do marido machista e prepotente; isso, sim, é que “é claro”;
Pérola 4 – Tão claro que o tal marido da Maria se denuncia a si mesmo nestas maravilhosas declarações: “É excitante ver a minha mulher com outra, mas há limites. Se ela estiver disposta a fazer sexo, terei de estar presente”. Tudo dito!
Pérola 5 – As perguntas de Fernando Alvim a São José Correia: “Entusiasma-te dois corpos femininos?” (…) “Qual é a diferença entre ires para a cama com uma mulher ou com um homem?” (…) “Com um orgasmo também é assim?”. Únicas respostas à letra: não têm que ser “dois” corpos, não têm que ser “femininos”, vê lá se chegas ao cúmulo de pedir um desenho, já devias ter feito moche forte quanto bastasse para desapareceres do mapa, ó Alvim!
Pérola 6 – (corroboração absoluta da qualidade transversal da reportagem, que nos brinda com a sistemática ideia da “moda” de que faz título e que insiste na condição mais ou menos alcolizada das mulheres que se “aventuram” sexualmente com outras):
"Ela era [?] – e é [?] – 100% [?] heterossexual [?] e a colega [com quem teve sexo] também [?]: uma mulher com um casamento feliz [não vá haver aqui mentes porcas!], dois filhos [agora é que as mentes porcas estão tramadas!] e adepta de jogos eróticos femininos para quebrar a rotina da relação [100%?????????] conjugal”.


Que seria de nós (e, em especial das mulheres) sem a preciosa SÁBADO?

My Blessed Patchwork

Não resisti a fazê-lo. Sobre famoso tema de Pierre et Gilles, Lola.
A ver se arejamos cabeças.


sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Isabelinha... pior que a de Bragança


Confesso que também fiquei angustiado, mas com esta senhora, por ser "a mais tradicional das virgens"... de conhecimento sobre aquilo de que fala. Palhaça!
We are here to recruit you!

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Cinzento


Geralmente, não gosto, mas não gosto mesmo do autor. Essencialmente porque sinto que se excede (e não raras vezes a si mesmo), que tem uma veia de pró-multifacetado que não me parece que consiga ser, porque o culto do ego lhe cobre as faces e discurso. Mas desta vez, e a partir do que se pode ler aqui, sinto-me inteiramente de mãos dadas com ele. Até porque francamente não sei como não se possa estar!

Acho que o excerto que se segue diz tudo:


(...) Eu penso que Portugal não vale muito como nação e como povo - aquilo que nos separa da inviabilidade não é tanto como, por inércia, nos habituámos a pensar. Vejo Portugal um pouco como aquelas mulheres fatais que, entre os vinte e tal e os quarenta e poucos anos, se habituaram a reinar como princesas, seduzindo e cativando tudo à roda e julgando-se eternamente senhoras do jogo. Mas, um dia, olham-se ao espelho, percebem que o seu poder de sedução está a desaparecer e correm para as plásticas, para os ginásios ou para um sem-número de truques com os quais julgam poder enganar eternamente o que, pela natureza das coisas, tem um fim. Um dia, dissipado o nevoeiro do espelho, com a miserável realidade das facturas para pagar, extinto o charme do fado, do sol e do bidonville algarvio, Portugal dar-se-á conta de que está sozinho e de que já ninguém se deixa seduzir pelo seu jogo de mulher fatal da Europa, o país "que deu novos mundos ao mundo", o Infante, as caravelas e toda essa conversa gasta (...). Os países, tal como as pessoas, podem viver da aparência ou da substância. Mas não viverão sempre da aparência se não tiverem substância que a suporte.


PS - agradecimento ao alerta de M(i)M(i).


quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Fuck Off, Paul!


Definitivamente, depois de termos uma tão boa notícia como esta, ficamos certificados de que há náufragos com muita, muita sorte, como é o caso deste. Ainda assim, sem o ter sabido, o náufrago fez-nos um favor e, com isso, deu-nos algo muito mais importante e digno do que a sua (imerecida) salvação náufraga: termos tido um barco que, sem se ter afogado, nos deu uma história e uma História bem mais importante do que a do Titanic.

Thanks for Your Blessed Waves.