quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Cada vez MENOS católico



Antes de mais: sou baptizado, frequentei a catequese, fiz a primeira comunhão. Antes de mais: como a maior parte dos Portugueses, não escolhi tais incursões – foi o que queriam que eu fizesse, porque os filhos dos amigos dos pais o haviam feito, porque a discriminação era garantidíssima se o não fizesse, porque até ter idade para escolher havia interiorizado que assim teria de ser. Depois escolhi: não entrar mais numa igreja, não permitir que me chamassem católico, sobretudo escolher ser QUASE tão radical como as porcarias que a Igreja sempre se sentiu no direito de dizer de pessoas – não-heterossexuais - como eu. Ainda assim, fui pouco radical, ao que se vê, quando se tem em conta palavrinhas tão bonitas como as que os monsenhores espanhóis andam a proferir. Pois claro está que, também eu, defendo o DIREITO A TER DIREITOS, inclusive o de ser católico. Zapatero não poderia, provavelmente, tê-lo dito mas a Igreja espanhola não está a afastar-se da democracia – está a fazer bem pior: a condená-la. Começo também a duvidar que a convivência ideológica seja profícua, enquanto aberrações destas continuarem a existir num espaço de diálogo (!?).
E claro está que os espanhóis vivem isto, porque apenas eles fizeram na Europa dos últimos tempos o que mais ninguém se atreveu a fazer. Ponha-se Portugal ao mesmo nível (ok, passo a ingenuidade) e vamos ver o que dizem os nossos monsenhores! Há-de ser uma bênção! Sim, sim…

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