segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

JAMAIS



JAMAIS quereria filhas ou filhos. Esta, de resto, uma discussão que já gastei inteiramente em informais conversas, mas que há pessoas que perceberam – não quereria pelo simples facto de que sou suficientemente egoísta para não dar a uma criança aquilo de que sempre necessita: amor e regras num contexto de segurança. Porque dou amor, mas não o suficiente para a criança, porque nem sempre tenho regras, porque a minha vida é-me razoavelmente segura, mas não razoavelmente segura para outrem. Não obstante - e isto sim é para mim UM JAMAIS MAIS JAMAIS QUE O PRIMEIRO JAMAIS - nunca, nunca, mas mesmo nunca poderia concordar com a impossibilidade de contemplação de casais do mesmo sexo na lei que regula as famílias de acolhimento. Porque muitos destes casais dão mais amor do que eu e do que muitos "casais heterossexuais” (seja lá o que isso for), porque muitos destes casais têm regras (a começar pelas que presidem ao facto de serem casais), porque muitos destes casais abraçam a segurança com a mesma vontade que abraçam crianças (as que vivem com outras pessoas, as que não vivem com ninguém e as que desejam, mas não podem, ter a seu cuidado e nutrir com o seu amor). Mais do que isto é discussão que me cansa. Para que não restem dúvidas quanto à distância que sei criar entre mim e as outras formas de estar na vida, um site que não me comove. Mas que consulto algumas vezes.

1 comentário:

Anónimo disse...

De acordo. Filh@s a tod@s - eis a questão que já não devia ser questão.
L