quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Margarida Rebelo Kadafi


Na sua crónica de domingo passado, dia 9, no JN, Margarida Rebelo Pinto surpreende-nos verdadeiramente. Porque vai ainda mais longe na sua tão imensa capacidade de envergonhar mulheres que se prezem. Ou que até nem se prezem, para quedarem menos prezadas do que já possam estar. O mote é dado pela vinda do ditador Kadafi a terras lusas, tema que a incomoda (!?) pelo carácter ditatorial da figura dos homens que, em subserviente imitação do poder do chefe, são sempre muito maus para as mulheres.
Sem necessidade de citar o resto (que mais não é do que um resto, sabe-se lá de quê), lemos que há uma: “cáfila de 17 simpáticas porém impotentes camelas [isto é: 17 mulheres que acompanham o ditador na sua visita a Portugal] que tal como nós assistem de patas dobradas às brincadeiras dos donos do mundo. Resta-me a vaga esperança de (…) sermos mais bonitas do que elas e de não ruminarmos no passado das nossas vidas afectivas onde sapos e camelos já tiveram o seu triste papel”.
simpáticas porém impotentes” – ó Margarida: eu, como homem, proponho-te ires viver para a Líbia e perceberes que simpatia e impotência são coisas que apenas fingiste na tua vida inteira, mas que não sabes o que são;
camelas” e “patas” – ó Margarida: eu, como homem, encolhi-me e li várias vezes, mas sim, tive que me render ao facto de que foi o que escreveste, o que faz de ti muito pouco simpática e demasiado não impotente;
como nós assistem de patas dobradas” – ó Margarida: eu, como homem, não sei de quem é que estás a falar. Das pessoas que, como tu, até se dobram ao que convém para vender “livros” (se não fosse a mera compilação de papel nunca lhes chamaria isso)? Das pessoas que, como tu, e por muito que mereçam, não me atrevo a dizer que têm “patas”? Das pessoas que assistem mas nada fazem de importante para mudar as coisas? Sim, deve ser. De mim e de outras pessoas que conheço não estás certamente a falar;
esperança [tenho mesmo medo é que não seja tão vaga como isso!] de sermos mais bonitas do que elas” – ó Margarida: eu, como homem, ainda tenho a esperança de não ter esperança de ser mais bonito do que elas. Tu és? Se sim, avisa, querida, porque eu acho-te mais feia (e mais do que nunca) do que quem quer que seja. Mesmo as “camelas” me entusiasmam mais e tenho menos medo das “patas” delas do que dos teus “pés” (vês como até sou bonzinho para ti?);
não ruminarmos no passado das nossas vidas afectivas” – ó Margarida: eu, como homem, sei que o passado das “camelas”, como lhes chamas, nem afecto tem, na maior parte das vezes. Se tem, minha querida, ao menos que “ruminem” nele, se lhes fizer bem, já que não vendem livros como tu, não têm hipótese de comprar os sapatos com que enches os “pés”, não sabem a sorte que tens na tua “beleza” e quando se “dobram” não costumam ter a liberdade que tens tu quando te “dobras”;
onde sapos e camelos já tiveram o seu triste papel” – ó Margarida: eu, como homem, acho que se tu o dizes… elucidas-nos! Não é que isso contribua no que quer que seja para a minha (in)felicidade, mas a gente sempre fica a saber com que animais (caíram as aspas, porque é inevitável) andaste tu!
Ó Margarida: eu, como homem, apenas te pergunto quem é que tem, afinal, veia de ditadura?

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