Sinopse (tenha muito, muito, mas mesmo muito cuidado ao ler!!!!!!!):
"Música no Coração" é a adaptação para teatro do filme com o mesmo nome, de 1965. Conta a história de Maria, uma noviça perceptora dos sete filhos do Capitão Von Trapp. Maria ensina as crianças a expressarem as suas emoções através da música e da dança, o que faz com que o Capitão fique encantado pela noviça.
Ela rebenta de felicidade contida, senhoril (ai!), delicada (ai!), asséptica (ai! ai!), controlada de tão necessariamente altruísta (e o agudo já se esgotou!). Esgotou-se para as próximas semanas a plateia do invicto teatro (ah, pois, é verdade que é invicto…) para a ver contida, senhoril, asséptica e com tantas outras femininas (???????) virtudes (???????) tão ensombradas por um senhor (volta o agudo – ai!) que não convence senão a saloia (mas afluente) plateia. Que é a que nos enche os dias, de uma espuma que não fala contra as mulheres que morrem, em metáfora mas mais ainda em realidade, na plateia que é a do teatro doméstico dos dias correntes da nação.
La Féria é o que é. La Féria pode ser o que é. La Féria não faz mais do que a sua intenção (sublinhe-se: intenção) artística (!?!?) lhe dita e lhe recheia bolsos. Mais dita uma autarquia – depois de uma imensa e imposta cruz no espaço público da minha cidade a fazer glória de um barbudo (que descoloraram) Superstar, depois de uma barricada que se reduziu ao miserável (perdão: indiferente) espanto por parte dos senhores (!?!?) que levam (sublinhe-se: levam) as suas (sublinhe-se: suas) senhoras (!?!?) ao teatro que agora é dos espiritualmente parcos bolsos de quem a ele ainda se dirige. Algumas filhas, alguns filhos, a aprenderem o pepino, que se torce (e muito!) desde pequenina e de pequenino, que há-de impor-se (literal e simbolicamente) nos supostos sonhos da vida conjugal que, mesmo que não queiram, estas filhas e estes filhos terão de construir no futuro. Não, a geração não é rasca, é estúpida. E de estúpida se fará perigosamente encantada com os braços que a protagonista abre ao Porto do cimo do teatro que se supunha nosso. De estúpida se fará perigosamente inspirada no senhor que tem (sublinhe-se: tem) uma senhora.
Não gosto, geralmente, de ir ao teatro. Mas do que não gosto mesmo é de ter que me cingir a semelhante parolice tão potencialmente machista, chauvinista, retrógrada, apática, pronta a explodir no esplendor masculinizado de Portugal. Do que não gosto mesmo é de não ter voto na matéria sobre o meu (!?!?) teatro se, ainda que não previsivelmente, lá me apetecer ir. Do que não gosto mesmo é destas palhaçadas que ninguém contesta a alimentarem o hino que passo os dias a tentar esquecer.
Contra os canhões, berrar, berrar. E vomitar esta parolice. Para uma galáxia que tenha feito o pior dos males ao nosso Universo. Mesmo que tal galáxia seja a pior das nossas inimigas… nem tal maleita se lhe deseja!
"Música no Coração" é a adaptação para teatro do filme com o mesmo nome, de 1965. Conta a história de Maria, uma noviça perceptora dos sete filhos do Capitão Von Trapp. Maria ensina as crianças a expressarem as suas emoções através da música e da dança, o que faz com que o Capitão fique encantado pela noviça.
Ela rebenta de felicidade contida, senhoril (ai!), delicada (ai!), asséptica (ai! ai!), controlada de tão necessariamente altruísta (e o agudo já se esgotou!). Esgotou-se para as próximas semanas a plateia do invicto teatro (ah, pois, é verdade que é invicto…) para a ver contida, senhoril, asséptica e com tantas outras femininas (???????) virtudes (???????) tão ensombradas por um senhor (volta o agudo – ai!) que não convence senão a saloia (mas afluente) plateia. Que é a que nos enche os dias, de uma espuma que não fala contra as mulheres que morrem, em metáfora mas mais ainda em realidade, na plateia que é a do teatro doméstico dos dias correntes da nação.
La Féria é o que é. La Féria pode ser o que é. La Féria não faz mais do que a sua intenção (sublinhe-se: intenção) artística (!?!?) lhe dita e lhe recheia bolsos. Mais dita uma autarquia – depois de uma imensa e imposta cruz no espaço público da minha cidade a fazer glória de um barbudo (que descoloraram) Superstar, depois de uma barricada que se reduziu ao miserável (perdão: indiferente) espanto por parte dos senhores (!?!?) que levam (sublinhe-se: levam) as suas (sublinhe-se: suas) senhoras (!?!?) ao teatro que agora é dos espiritualmente parcos bolsos de quem a ele ainda se dirige. Algumas filhas, alguns filhos, a aprenderem o pepino, que se torce (e muito!) desde pequenina e de pequenino, que há-de impor-se (literal e simbolicamente) nos supostos sonhos da vida conjugal que, mesmo que não queiram, estas filhas e estes filhos terão de construir no futuro. Não, a geração não é rasca, é estúpida. E de estúpida se fará perigosamente encantada com os braços que a protagonista abre ao Porto do cimo do teatro que se supunha nosso. De estúpida se fará perigosamente inspirada no senhor que tem (sublinhe-se: tem) uma senhora.
Não gosto, geralmente, de ir ao teatro. Mas do que não gosto mesmo é de ter que me cingir a semelhante parolice tão potencialmente machista, chauvinista, retrógrada, apática, pronta a explodir no esplendor masculinizado de Portugal. Do que não gosto mesmo é de não ter voto na matéria sobre o meu (!?!?) teatro se, ainda que não previsivelmente, lá me apetecer ir. Do que não gosto mesmo é destas palhaçadas que ninguém contesta a alimentarem o hino que passo os dias a tentar esquecer.
Contra os canhões, berrar, berrar. E vomitar esta parolice. Para uma galáxia que tenha feito o pior dos males ao nosso Universo. Mesmo que tal galáxia seja a pior das nossas inimigas… nem tal maleita se lhe deseja!
Sem comentários:
Enviar um comentário