quinta-feira, 24 de abril de 2008

De volta a Esther


Judeus e católicos devem trabalhar em conjunto para implementar os valores judaico-cristãos”, diz Esther Mucznic no Público de hoje, na sequência da inauguração do memorial evocativo do massacre em massa aos judeus da Lisboa de 1506.

Não me repugna, em absoluto, o que diz Esther Mucznic: pois que trabalhem, que implementem os valores que quiserem e que possam, de uma vez por todas, entender-se (seja embora eu bastante céptico em relação a tal possibilidade). O que continua a repugnar-me nesta senhora é o facto de nunca se ter justificado em relação às barbaridades massacrantes que proferiu há algum tempo e que me dei ao trabalho de comentar, em uníssono com outras pessoas que muito respeito.
Bom seria, cara Esher, que trabalhassem para que nos ajudassem a perceber que as marchas gay são feitas em prol da retirada das suas (e de outras!) identidades do mais doloroso esconderijo, para que o memorial erguido em Lisboa pudesse também fazer lembrar que o nazismo matou muitos judeus gays, e portanto que se fizesse, acima de tudo, uma “escultura pública” em que todas e todos, mesmo que renunciado a valores religiosos (tão legitimamente como se os aceitarem), possam ter lugar digno no mundo.
Desculpe-me a repetição, mas eu tenho destes orgulhos (sem aspas).

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