Escreve-se, em 1946, um texto de que cito alguns excertos. A autoria é de Augusto Celestino da Costa (na foto), um dos investigadores portugueses que o Estado Novo soube não dignificar. 62 anos depois, não é da mesma passiva e intencional censura que vive a Academia? Pensemos! Eu, que já pensei muito, encontrei as palavras de que necessitava para justificar a minha activa zanga com a Academia e a minha assumidamente passiva posição em relação à mesma.
Talvez esteja só (!) à espera que nos civilizemos.
E viva Portugal… não este, mas outro qualquer.
Talvez esteja só (!) à espera que nos civilizemos.
E viva Portugal… não este, mas outro qualquer.
“neste país ainda surgem vozes autorizadas – e não falo das outras – contestando mais ou menos abertamente o que eu sempre proclamei como sendo a obrigação da Universidade: criar ciência (…). Outrora, quando o nosso país influía nos destinos do mundo, era com base na ciência do seu tempo e os portugueses concorriam eficazmente para ampliar e acrecsentar essa ciência. Depois, cumprida a nossa missão, postos novos problemas que exigiam outras ciências, já nos não encontramos na primeira linha do combate e deixamos de inventar a física ou a química, de revolucionar a matemática, de desenvolver as ciências naturais e humanas, sem tomar parte nesse grandioso movimento, colocando-se assim Portugal à margem dos que edificam a civilização de hoje (…). Não tem perdão a nossa deserção do combate científico, a falta de contribuição portuguesa para o que há alguns séculos – e hoje mais do que nuca – constitui a preocupação constante nos povos civilizados: essa, de saber fazer ciência e de saber que vale a pena fazê-la”.
Sem comentários:
Enviar um comentário