domingo, 6 de julho de 2008

A Marcha, I



Marcho pelas flores que quero ver
Nascidas do desterro de outras flores
Que mesmo murchas são mais frescas
Do que a secura de dizer não haver dores

Eu preparo uma marcha que é de cores
Sobre o negro da vergonha e do esquecer
Que outras marchas houve para amores
Nada tristes mas apenas impedidos de dizer

Marcho pela vontade de alegria
A gritar a alegria das vontades
De aqui estar a pedir que venha o dia
Que dá luz ao desejo das verdades

Eu preparo uma marcha que é de mim
Para que de mim deixe de ser
Em que só as flores se podem ver
Sem deixar que os desterros nos afoguem
E que os dizeres nos fujam sem as pétalas
Da verdade, do desejo e do querer



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