quinta-feira, 12 de março de 2009

Elogiar Um Elogio


"A auto-suficiência feminina assinala de alguma maneira uma independência que não é do agrado dos homens, pertence ao reino dos ersatz (termo alemão que se refere a um produto de substituição, de menor qualidade), das compensações, pertence ao reino do coito instrumental que coloca o órgão masculino numa posição subalterna, que o condena a assemelhar-se ao último dos vibradores. (…).
Os anos passaram, a tempestade acalmou, hoje a masturbação tem direito de cidadania, no entanto, ela ainda não é suficientemente desculpada, e é preciso reafirmar muito claramente que todo o interdito está revogado: é lícito, normal, é belo, certo, bom, agradável, conveniente, vulgar, excelente, decente, louvável, meritório, útil, aceitável, feliz, frequente, habitual, corrente, compreensível, excitante, tentador, atraente, cativante, recreativo, interessante, estimulante, reconfortante, apaixonante, tonificante, fortificante, vivificante, exaltante, perturbador, inebriante, embriagante, voluptuário, legítimo, razoável, defensável, desculpável, permitido, legal, autorizado, leal, recto, válido, justificado, correcto, justo, honesto, brioso, natural… masturbar-se, quer se seja homem ou mulher, e sobretudo se se é mulher, pois ainda é muito frequente que as mulheres e as raparigas – nos homens é muito raro – não ousem abandonar-se ao auto-erotismo, quando isso lhes faria muitíssimo bem".

Elogio da Masturbação
Philippe Brenot

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